terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cada um com a sua religiosidade


Religião é um assunto delicado e sinceramente não gosto de conversar sobre. Nunca me senti bem. Não como se manifestasse alguma força sobrenatural, mas pela falta de liberdade de conhecimento e de busca que somos submetidos (quando crianças) por aquela que mais identifique com o íntimo de cada pessoa.

Na infância somos influenciados pelos pais, família e até escolas, a seguir determinada doutrina e consequentemente (para alguns) permanecemos nela. Ainda bem que com o passar dos anos, nossa identidade vai sendo formada e podemos escolher e por em prática o tão falado livre arbítrio.

Desde criança vários questionamentos rondam a minha mente. Nunca consegui acreditar no que a maioria das pessoas crê. Sempre soube que quando se faz o bem, você recebe o bem, that’s it. Acho desrespeitoso quando alguém tenta me converter. Acredito que a religiosidade é um traço de cada personalidade e totalmente baseado na experiência de vida de cada um.

Encontrei esse vídeo da cantora Maria Bethânia e ela fala sobre religiosidade de uma maneira brilhante:


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

No quarto


A luz da vela era o que sobrava. Era o segundo dia que a vela marcava o tempo. O barulho que a chuva fazia lá fora outras vezes adiantaria a vinda do sono. Era quatro e vinte da manhã e o jornal da televisão exibia a previsão do tempo. O livro estava de bruços no chão e marcava a leitura na página trinta. Na direita da cama a garrafa de água estava pela metade. A vela ainda estava acesa. A gaveta da escrivaninha permanecia aberta. Um pedaço de madeira foi usado para tampar a janela do banheiro que faz divisa com o quarto. A madeira foi encapada com papel pardo e duas figuras enfeitavam aquele quarto de dois por quatro. Modigliani e Frida. Uma bandeira da Colômbia ajudava com as suas cores. Azul, amarelo e vermelho. Tudo, tudo era percebido no quarto, menos o sono.