A luz da vela era o que sobrava. Era
o segundo dia que a vela marcava o tempo. O barulho que a chuva fazia lá fora outras
vezes adiantaria a vinda do sono. Era quatro e vinte da manhã e o jornal da
televisão exibia a previsão do tempo. O livro estava de bruços no chão e marcava
a leitura na página trinta. Na direita da cama a garrafa de água estava pela
metade. A vela ainda estava acesa. A gaveta da escrivaninha permanecia aberta.
Um pedaço de madeira foi usado para tampar a janela do banheiro que faz divisa
com o quarto. A madeira foi encapada com papel pardo e duas figuras enfeitavam
aquele quarto de dois por quatro. Modigliani e Frida. Uma bandeira da Colômbia
ajudava com as suas cores. Azul, amarelo e vermelho. Tudo, tudo era percebido
no quarto, menos o sono.
Finalmente um texto com aspectos pessoais, personalizado (personificado). Acho que você - autor - deveria adotar esta "voz" mais vezes.
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